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Empresa Júnior Mackenzie Consultoria

Com um calendário de medidas restritivas rígidas, muitos microempreendedores tiveram que se reinventar para continuar as atividades, transformando seus negócios para atender o público dentro de casa, o que não foi fácil para alguns setores do mercado.

O setor cultural, por exemplo, foi um dos mais afetados durante a pandemia. Casas de shows, cinemas, teatros e museus foram fechados totalmente sem nenhuma previsão de reabertura por conta das aglomerações.

A solução de alguns artistas foi divulgar seu trabalho pela internet e realizar shows on-line, como forma de arrecadar dinheiro para ajudar instituições e ONGs. Museus e teatros adaptaram suas exposições para as plataformas digitais.

Um bom caso é do Museu da Vida, que conseguiu levar para o mundo digital a exposição “Castelo de Inspirações” com um passeio virtual realizado por uma câmera 3D, na tentativa de levar toda a experiência para quem está do outro lado da tela.

Os cinemas e teatros tiveram muitas dificuldades neste período de flexibilização iniciado em agosto de 2020. Muitos dos frequentadores ainda se sentem receosos em ficar em locais fechados por muito tempo. Além disso, os serviços de streaming vêm oferecendo uma grande variedade de filmes e séries por um preço menor, comparado aos de um cinema.

Outro setor que foi extremamente afetado pela pandemia foi o turismo, visto que é quase impossível viajar para outros países a lazer em um momento tão delicado.

Muitas cidades do Brasil têm o turismo como um dos maiores responsáveis por fornecer renda, cada uma com suas particularidades e diferentes atrações. Tanto o setor turístico quanto o cultural, tiveram uma adaptação pro mundo digital muito difícil, visto que oferecem experiências e não apenas um produto.

De acordo com o Ministério da Economia, em 2020 a lista dos setores mais afetados pela pandemia da COVID-19 no Brasil é:

1 – Atividades artísticas, criativas e de espetáculos;

2 – Transporte aéreo;

3 – Transporte ferroviário e metro ferroviário de passageiros;

4 – Transporte interestadual e intermunicipal de passageiros;

5 – Transporte público urbano;

6 – Serviços de alojamento;

7 – Serviços de alimentação;

8 – Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias;

9 – Fabricação de calçados e de artefatos de couro;

10 – Comércio de veículos, peças e motocicletas.

A motivação dos microempreendedores

Apesar dessa crise mundial instaurada no começo de 2020, os microempreendedores não recuaram e enfrentaram corajosamente os diversos prejuízos econômicos.

De acordo com um estudo apresentado pelo Ministério da Economia, 56,7% das empresas ativas no Brasil são formadas por Microempreendedores Individuais (MEIs). Em 2020, eles foram responsáveis pela abertura de 79,3% dos novos CNPJs, sendo 8 MEIs a cada 10 novas empresas abertas, número bastante expressivo no cenário nacional.

Já em 2021, o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) informou que o país registrou a abertura de 98,1 mil novas micro e pequenas empresas, sendo janeiro o mês com mais empresas abertas, representando 57% do total aberto no primeiro bimestre do ano.

Ajuda ao microempreendedor

Um dado interessante é de que várias empresas de grande porte, mediante esse cenário contingencial, resolveram ajudar os microempreendedores.

Um exemplo é a grande varejista Magazine Luiza, que em 2020 criou o programa digital “Parceiro Magalu”, voltado para os pequenos empreendedores e autônomos. Seu objetivo é alcançar os milhões de varejistas que vendem seus produtos na internet, tornando mais viável e acessível a divulgação dos variados produtos.

No programa, o empreendedor cederá 3,99% das vendas à Magazine Luiza. O valor é semelhante as taxas cobradas em máquinas de cartão ou em plataformas digitais, porém oferece uma vitrine potencial ao vendedor, já que a anunciante se trata de uma grande empresa no mercado nacional.

Além da Magazine Luiza, outras organizações também estão na luta para ajudar os MEIs a manterem seus negócios abertos. Empresas de máquina de cartão estão bastante envolvidas com a causa, como a Cielo, que está oferecendo adiantamento dos recebidos e alívio das metas de faturamento.

Getnet, também muito grande nesse ramo, está abolindo as metas de pagamento durante o período de quarentena, autorizando aluguel grátis de até três máquinas de cartão adicionais e mensalidade grátis por dois meses em sua loja virtual, assim facilitando a abertura de novos negócios.

Oportunidades do microempreendedor na pandemia

Atuar no mercado, sobretudo, não se tornou uma tarefa fácil, sendo uma época complicada até mesmo para grandes empresas. De certa forma, as organizações de menor porte estão com problemas ainda maiores, se afundando em dívidas e tendo balanços negativos frequentemente. Uma prova disso, é o estudo feito pelo Serasa Experian, apontando que 49% das médias, pequenas e microempresas tiveram um balanço negativo durante a quarentena.

Diante disso, a principal mudança feita foi a realocação de recursos para poder exercer o trabalho e o atendimento de forma remota, que foi mencionada por 53,2% dos entrevistados, seguida pelos investimentos na área de tecnologia para vender nos sites e redes sociais.

Foram promovidas inovações em alguns setores, o que permitiu a identificação de oportunidades de crescimento para os modelos de negócio. Restaurantes e bares fecharam suas portas e abriram os aplicativos de delivery, tentando levar para a casa de seus clientes toda a experiência gastronômica.

É bem verdade que o universo das lojas virtuais já existia antes da pandemia. Mas hoje, como a única opção é comprar on-line, muitas empresas inovaram no jeito de vender seus produtos.

Algumas tecnologias foram desenvolvidas para ajudar não somente o cliente a comprar com mais certeza e rapidez, mas também a gostar da marca e até mesmo se tornar um cliente fiel. Um bom exemplo disso são os provadores virtuais, que foram adotados por grandes marcas como Riachuelo e Adidas.

Em suma, mesmo com essa crise que está acontecendo mundialmente, o microempreendedor não desistiu e insiste em se inserir no mercado. É verdade que é uma época muito difícil de empreender e manter os serviços, mas com um bom planejamento é possível identificar as oportunidades para se destacar no mercado e amenizar os impactos da melhor maneira possível.

É importante afirmar que, nesse caso, qualquer ação realizada precisa ser testada e traçada estrategicamente. De certa forma, é possível ter uma boa ideia mesmo em pandemia, mas a sua prática deve ser concreta e flexível.


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