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O que é Quiet Quitting?

Quiet quitting é um termo que vem sendo cada vez mais utilizado no ambiente corporativo. Ele significa, em uma tradução livre, “Desistência silenciosa”, que não necessariamente representa abrir mão do seu trabalho, mas sim, realizar o mínimo necessário, para estabelecer barreiras.

O termo ganhou força assim que a pandemia avançou, já que muitas empresas tiveram que adaptar a rotina presencial para home-office, fazendo com o que a pessoa não precisasse ir para a empresa todos os dias e enfrentar suas dificuldades diárias, como atrasos, imprevistos, entre outros. Porém, por consequência desse repentino modelo, houve despreparo entre as empresas e diversos casos de problemas mentais diante dessa situação, visto que, existe diferenças entre o trabalho feito em casa e na empresa, que só facilitou para o aumento de estresse e a sobrecarga de muitos profissionais.

Segundo o site OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), no primeiro ano de pandemia houve um aumento de 25% de pessoas que desenvolveram ansiedade e depressão. Sendo assim, 90% dos países incluíram apoio psicossocial em seus planos em solução a COVID-19.

No cenário atual, diversas empresas ainda preferem o trabalho remoto e a flexibilidade de horários, priorizando o bem-estar dos funcionários.

Devido a toda essa mudança, o termo “Burnout” recebeu visibilidade e já é classificado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como uma doença ocupacional.

Mas o que significa isso?

A Síndrome de Burnout é conhecida por ser uma doença que atinge profissionais, ocasionada por situações de trabalho desgastantes que é segmentada por diversos fatores, como pressão dos superiores, responsabilidade pela finalização de algo importante ou até mesmo excesso de competitividade.

Profissões como professores, médicos, enfermeiros, bancários, atendentes, entre outras são mais propensas a desenvolverem tal doença, já que possuem dupla ou tripla jornada.

 Os sintomas que podem indicar a síndrome são bem evidentes, porém, grande parte das pessoas apresentam de forma leve e vão intensificando ao longo do tempo. Sendo assim, alguns sintomas incluem: exaustão extrema (física e mental); dor de cabeça frequente; insônia; sentimentos de fracasso e insegurança; dificuldades para se concentrar; pensamentos negativos constantes; sentimentos de derrota e incompetência; desânimo; alterações de humor; aumento da pressão artéria; dores musculares.

Lembrando que esses ainda são alguns sinais da doença, caso se identifique com estes, é importante procurar ajuda especializada o mais rápido possível.

Fenômeno mundial

Trazendo isso para um contexto pós-pândemico, em 2022, o ano contou com inúmeros casos de funcionários realizando apenas o necessário para manter o emprego, estabelecendo limites saudáveis no desempenho do trabalho, movimento denominado de Quiet Quitting.

Esse evento é conhecido nos protestos como a “grande renúncia”, levando diversas manifestações para as ruas dos Estados Unidos e como decorrência, 47 milhões de americanos abandonaram seus empregos no ano de 2021.

O fenômeno está ganhando muita visibilidade principalmente por jovens através do aplicativo Tik Tok, surgindo em um momento pós pandemia no qual os profissionais perceberam da importância do trabalho.

O público-alvo que mais cresce nesse movimento é a geração Z e os millenials, pessoas com menos de 35 anos e que notaram um declínio no engajamento. No começo da pandemia, caiu rapidamente o número de funcionários jovens que afirmar ter alguém incentivando seu desenvolvimento dentro da empresa. 

Deste modo, os jovens entendem que o trabalho deva ser encaixado dentro das prioridades dos indivíduos e não o contrário. Muitos veem isso como uma forma de rebeldia dentro de um sistema, outros veem como uma solução para menos estresse e sobrecarga, diminuindo as chances de “Burnout”.

Revolução no ambiente empresarial

Muitas empresas vêm observando a força que o movimento de Quiet Quitting tem e já começaram a mudar. Assim, surgiram discussões urgentes, como redução de carga horária, plano de carreira e possibilidade de trabalho remoto, tudo para satisfazer o funcionário e a empresa não ser prejudicada.

Dessa forma, serão citadas duas soluções que podem auxiliar algumas empresas a lidarem melhor com estas situações, para que não percam seus funcionários talentosos.

Invista no desenvolvimento dos trabalhadores

Uma das soluções que tendem a dar dão certo para aumentar o engajamento é uma conversa aprofundada entre os superiores e os funcionários da equipe. Um diálogo que dure de 15 a 30 minutos pode manter o trabalhador motivado dentro da empresa.

De acordo com uma pesquisa realizada recentemente pela PwC (PricewaterhouseCoopers), descobriu-se que cerca de 47% das organizações estão especulando reduzir seu número de funcionários em breve. Funcionários menos engajados podem ter mais chances de serem demitidos, porém, isso de fato não irá resolver a questão.

De acordo com a Gallup, as empresas que realizaram um investimento estratégico no desempenho dos trabalhadores, alcançaram uma lucratividade de aproximadamente 11% maior e tendem a ter duas vezes mais chances de reter os funcionários.

Outro ponto a ressaltar é que diversas companhias inovadoras do mundo estão incrementando um mercado de talentos para usufruir de todo o potencial dos seus trabalhadores. Os líderes estão utilizando essa modernidade para se ter um entendimento atual e dinâmico das habilidades dos seus membros.

Como consequência dessa atitude, milhares de funcionários estão mais desempenhados e produtivos em suas funções dentro do cargo, aumentando então o engajamento e retenção.

Essas pequenas atitudes, fazem com que muitas pessoas dentro de uma empresa se sintam importantes dentro do ambiente empresarial, sendo mais propensos a solucionar problemas e possuir mais agilidade no trabalho, além de não promoverem a cultura da desistência silenciosa, o Quiet Quitting.

Experimente o compartilhamento de trabalho ou a orientação de colegas

No início da pandemia até o momento, houve um grande aumento no interesse dos trabalhadores em simpósios e mentorias. Sendo assim, os simpósios promoveriam a exposição das pessoas a novos líderes e companheiros de trabalho de outros departamentos. Além disso, oferecem uma chance de adicionar ou potencializar habilidades que possam levar a uma transferência de carreira interna, através de mentorias e palestras.

Frente a isso, as palestras poderiam abordar diversos temas, incluindo a Síndrome de Burnout visando aumentar a motivação dos ouvintes, e servir de apoio e incentivo, demonstrando que não estão sozinhos. 

Diversas empresas também vêm adotando o compartilhamento de empregos, ou seja, um cargo que exige muito da pessoa, poderia então ser divida em duas ou mais pessoas. Essa atitude pode proporcionar o bem-estar e alívio de muitos funcionários, além de minimizar a demissão silenciosa.

De acordo com uma pesquisa feita pelo o National Business Research Institute, a satisfação dos trabalhadores aumentou quase 50% quando o funcionário observou um crescimento no relacionamento próximo no trabalho, fazendo com que a relação de um funcionário com seu gerente ou colega passe a ter mais valor de carreira, dando mais significado ao que está sendo feito.

Efeitos causados

Sendo assim, as organizações vêm demorando a responder às diferentes mudanças nas necessidades de seus membros, já que os funcionários de hoje necessitam de mais oportunidades no mercado, além de também as empresas terem oportunidade para aprender, crescer e encontrar a satisfação no trabalho.

Se a empresa não conseguir reconhecer e lidar com essas transformações, as quais vêm se tornando mais recorrentes desde a pandemia, o Quiet Quitting será mais frequente, de modo a virar uma ameaça a essas empresas em geral. Por conseguinte, mais funcionários refletirão se vale a pena se esforçar e dedicar o seu tempo com um trabalho tão desgastante.

O Quiet Quitting é um aviso que não pode ser ignorado pelas empresas, e por isso, está na hora de repensar alguns pensamentos antigos e atitudes que possam levar a organização e seus funcionários ao fracasso.

Feito por Mariana Ciriaco.


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