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Empresa Júnior Mackenzie Consultoria

Introdução

Definir e identificar todos os resquícios da pandemia é algo fundamental para o mundo dos negócios, principalmente se você pretende analisar o mercado brasileiro atual. É evidente que a pandemia do Covid-19, iniciada no ano de 2020, refletiu em mudanças explícitas tanto no plano financeiro e econômico, quanto no social. Logo, a sociedade, em geral, buscou se reinventar de diversas maneiras, haja vista que a evolução das pesquisas não se limitou apenas à área da saúde, mas também propiciou a expansão tecnológica, a interconexão mundial e a reestruturação econômica do sistema financeiro e da população.

Nesse artigo nos aprofundaremos um pouco mais nesse assunto tão atual, que fomentou o questionamento acerca do modelo da sociedade e do mercado.

Expansão tecnológica: reflexo da pandemia

No cenário de crise do Covid-19, diversas tecnologias se tornaram tendência no mercado, visto que diversos recursos tecnológicos, como plataformas digitais, aplicativos e redes sociais, deixaram de ser coadjuvantes na vida social e profissional dos indivíduos e passaram a se tornar protagonistas, devido à necessidade de manutenção das atividades diárias. Sendo assim, a área de TI assumiu um papel estratégico nas empresas de todos os ramos e acelerou o fenômeno da transformação digital dentro das organizações, pois além de viabilizar a continuidade e o dinamismo nos processos, possibilitou a aproximação em larga escala dos indivíduos pelos meios de comunicação, estabelecida pela interdependência eletrônica.

A potencialização da implantação tecnológica reflete demasiadamente atualmente, visto que é perceptível o destaque e a notoriedade que a tecnologia vem assumindo em todas as áreas do mercado. Assim, cada vez mais, os negócios, serviços e produtos estão se tornando digitais, a fim de atender às novas necessidades e hábitos da sociedade. Dessa forma, esse cenário acelerou as mudanças que poderiam demorar anos para serem implantadas, pois a tecnologia entrou em uma corrida para atender a demanda repentina, trazendo diversas inovações.

 Ademais, a crise não só fez-se reconsiderar o papel da tecnologia que atua como protagonista hodiernamente, mas também questionou o modelo da sociedade, visto que a tecnologia, cada vez mais, implica a necessidade de integrar o físico com o digital, demandando a implementação de novos processos. Dentre as principais mudanças ocasionadas e aceleradas pela pandemia estão: pagamentos instantâneos, ou seja, transferências monetárias eletrônicas como o Pix; potencialização do serviço de entregas e delivery; e cibersegurança, haja vista que, com a pandemia, a violação de dados se tornou recorrente dentro de empresas, as quais tiveram diversos prejuízos financeiros decorrentes de ataques efetuados por hackers.

Vendas no Mundo Digital

Primeiramente, é imprescindível ressaltar que a inserção da tecnologia no mercado permitiu e garantiu a viabilização de novos modelos de negócios. Com a reinvenção do modelo de compra e de oferta no contexto pandêmico, as vendas on-line atingiram grande crescimento, tanto no período de isolamento, quanto após a flexibilização das restrições e a retomada gradual do comércio físico.

Segundo dados e levantamentos da Neotrust, empresa responsável pelo monitoramento e análise do comércio eletrônico brasileiro, o e-commerce no país atingiu um faturamento recorde em 2021, totalizando mais de R$ 161 bilhões, um crescimento de 26,9% em relação ao ano de 2020. O número de pedidos aumentou 16,9%, com 353 milhões de entregas. Nesse sentido, esse cenário evidencia que, na pandemia, as empresas e lojas procuraram acelerar o seu processo de digitalização, com intuito de minimizar os malefícios proporcionados pela queda e pela restrição da circulação de pessoas nas lojas físicas, uma vez que era necessário para contenção da disseminação do vírus.

A pandemia também refletiu na potencialização das vendas online e, consequentemente,no aumento do faturamento das empresas do comércio varejista brasileiro. Isso pode ser evidenciado através de dados da Exame, revista brasileira, que ressaltou informações importantes sobre a economia. Antes da crise sanitária, o e-commerce representava, em média, 9,2% da receita. Entretanto, em julho de 2020, com apenas quatro meses de pandemia, essa marca mais do que dobrou e foi para 19,8%. E, em junho do ano de 2021, já estava em 21,2%. Assim, podemos perceber que, cada vez mais, as vendas online ganharam espaço, propiciando expansão no marketplace, com as empresas mais preparadas para este canal.

Um dos principais fatores para as empresas terem se aperfeiçoado e investido nesse meio tecnológico, é devido a mudança do perfil e da demanda dos consumidores nos últimos tempos. Desse modo, a praticidade, a comodidade e a agilidade são aspectos decisivos, proporcionados pelo e-commerce, na tomada de decisões. É válido ressaltar que com o aumento das vendas online, os segmentos e os nichos com mais vendas no e-commerce durante a pandemia são: moda, beleza, perfumaria e saúde, com destaque para este último, com crescimento de 87% no faturamento de vendas de remédios pela internet em 2021. Além disso, a venda de celulares, eletrodomésticos e eletroeletrônicos foram os segmentos com maior receita de vendas online em 2021.

         A pandemia também refletiu mudanças no processo de monetização, isto porque a indústria financeira e os meios de pagamentos sofreram alterações para que a sua participação fosse ampliada e facilitada no ambiente do e-commerce. Assim, com um mercado cada vez mais competitivo, alternativas como as carteiras digitais e o Pix ganharam espaço no mercado e tornaram-se imprescindíveis para atender as demandas e a nova realidade do público, já que facilitam as transações financeiras e oferecem diversos benefícios como maior controle e segurança nas operações monetárias, redução do custo operacional da moeda e uma jornada financeira mais fluida. Em suma, devido a tal panorama, as vendas online fomentaram um cenário econômico mais dinâmico e um ambiente mais favorável ao desenvolvimento e crescimento do país.

Colapso econômico

O colapso econômico propiciado pela pandemia, surgiu em decorrência principalmente da necessidade de isolamento social para conter o avanço da Covid-19, acarretando a queda livre dos principais setores da economia. A princípio, a indústria foi mais prejudicada, pois houve uma redução brusca de demanda com a paralisação da produção, todavia os prejuízos e as perdas foram consequências de todas as atividades econômicas do país. Nesse sentido, a preocupação dos investidores das bolsas de valores, nos centros financeiros e nas lojas físicas do país potencializaram a reinvenção da população para amenizar e conter os grandes impactos da pandemia nos lucros.  

A Covid-19 ocasionou imprevisibilidade na economia, especialmente para a retomada do crescimento no pós-pandemia. Isso ocorreu, pois projetar cenários futuros, reorganizar a cadeia produtiva e garantir a resiliência dos processos de negócio tornou-se um exercício de extrema incerteza devido ao colapso econômico. Tendo em vista a estagnação da economia, é fundamental salientar que os setores de serviços e de comércio foram os mais afetados pela pandemia, devido às medidas de isolamento social para diminuir o ritmo de contágio pela Covid-19. Sendo assim, a queda nas taxas de faturamento do comércio resultou na redução de 1,7 milhão de postos de trabalho em 2020, dentre um total de 16 milhões de pessoas que trabalhavam no setor no período imediatamente anterior à crise.

Com isso, analisamos que o desemprego foi uma consequência recorrente da pandemia, pois segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego bateu recorde em setembro de 2020. Segundo esse levantamento, o Brasil encerrou o nono mês do ano com um contingente de 13,5 milhões de desempregados, cerca de 3,4 milhões a mais que o registrado em maio. Isso representa uma alta de 33,1% no período.

Como detalhado em recente artigo no Blog do IBRE (Instituto Brasileiro de Economia), a pandemia afetou principalmente os trabalhadores com menor proteção social e baixa escolaridade. Isso porque, enquanto o emprego formal recuou 4,2% em 2020, o informal teve queda de 12,6%. Além disso, houve recuo de 20,6% no emprego de pessoas com até 3 anos de estudo, e de 15,8% para os de escolaridade entre 4 e 7 anos. Já para o grupo com mais de 15 anos de estudo, ocorreu um aumento de 4,8% do emprego no ano passado.

Em suma, o recrudescimento da pandemia em 2021 promoveu reflexos na pauta econômica, pois o cenário brasileiro piorou radicalmente. A economia recuou visivelmente nos anos de 2020 e 2021 e o equilíbrio fiscal se fragilizou pela necessidade de criar diversos programas de apoio a empregos e famílias, com destaque para o auxílio emergencial, que representa um benefício concedido aos indivíduos como forma de proteção emergencial no período de enfrentamento à crise causada pela pandemia do Coronavírus.

Resquícios da pandemia e crise internacional

Os desequilíbrios da economia e a crise da Covid-19 emergiram em plano mundial, pois a crise causou uma forte queda do comércio internacional e flutuações significativas nas taxas de câmbio. Além disso, como efeito, a crise poderia desencadear novas reversões dos fluxos de capital, gerar pressões cambiais, potencializar ainda mais o risco de uma crise externa para economias vulneráveis, alterar o comércio mundial e as cadeias de produção e reduzir os investimentos, dificultando assim a retomada e o reaquecimento da economia mundial.

A pandemia gerou grandes impactos dramáticos na pobreza e na desigualdade global. A pobreza global aumentou exponencialmente pela primeira vez em uma geração, e as perdas desproporcionais de renda entre as populações levaram a uma ampliação da desigualdade entre os países e a população. Dessa forma, grande parte dos Estados buscou intervir na economia, de modo a remanejar políticas e verbas públicas para ajudar e sustentar a população frente à crise da Covid-19 e à frágil condição financeira.

Feito por Izadora Cavanha.


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